Qual o momento ideal para solicitar crédito para empresas?

Muitos empresários possuem um certo receio em obter crédito no mercado. Um dos principais motivos para isso é a falta de conhecimento sobre alavancagem.

No Brasil, o conceito de alavancagem é muito pouco abordado pelas empresas, principalmente pelas pequenas e médias que ainda possuem a crença de que a melhor maneira de administrar um negócio é com capital próprio.

Solicitar um empréstimo para alavancar a sua empresa pode ser um excelente negócio, desde que seja muito bem planejado.

Quando solicitar crédito para empresas?

A solicitação do crédito por uma empresa precisa ter uma finalidade bem definida que pode ser aumento do capital de giro, aumento do estoque ou ampliação do maquinário.

Por se tratar de um crédito empresarial junto a uma instituição financeira, há a incidência de juros sobre o capital. E por isso é preciso estar atento a algumas questões.

Uma delas é que o valor da parcela, incluindo a devolução do capital e mais crédito empresarial junto a uma instituição financeira os juros caiba no seu fluxo de caixa sem comprometer a lucratividade da empresa.

A outra questão é que a rentabilidade do investimento seja maior do que a taxa de juros. Ou seja, a sua empresa está ganhando dinheiro sem colocar a mão no bolso.

Como saber se a rentabilidade é superior aos juros?

Vamos imaginar um exemplo para facilitar o entendimento. Suponhamos que sua empresa precisa de um capital de R$ 30 mil para investir em uma máquina.

Imagine que essa máquina será capaz de produzir uma quantidade de 1 mil peças por mês a mais do que você já produz, e que essa quantidade poderá ser absorvida facilmente pelo mercado.

Agora, considere que cada unidade seja vendida por R$ 10 e tenha um custo total, incluindo impostos, comissão, matéria-prima e rateio de custo fixo de R$ 9. Logo o lucro é de R$ 1 por unidade.

Ao dividir R$ 1 por R$ 10 e multiplicar por 100, teremos o percentual de 10%. Logo, esse investimento proporcionou um crescimento de 10% na lucratividade da empresa.

Como a empresa venderá 1 mil unidades com lucro de R$ 1, ela terá uma entrada de fluxo de caixa de R$ 1 mil. Se o valor dos juros da parcela for de 3% ao mês, e você dividir o empréstimo em 24 meses, os juros serão menores do que o lucro.

Mesmo que o valor total da parcela seja maior que a nova entrada, é um bom negócio. Pois, você não tirará dinheiro do caixa para pagar os juros, mas somente para a devolução do capital.

Como saber se vale a pena tomar um empréstimo?

Para saber se vale a pena tomar um empréstimo é preciso avaliar se o investimento que será feito trará um retorno financeiro para a empresa.

É preciso destacar, que nesse exemplo que demos consideramos que o mercado absorve as 1 mil unidades a mais que serão produzidas.

Entretanto, se o mercado não absorver esse valor, mesmo o maquinário tendo a capacidade de produzir mais, não é um bom negócio. Pois, além da dívida, sua empresa ainda terá um giro pior de estocagem, trazendo menos eficiência para o seu capital próprio.

Portanto, é preciso analisar a questão operacional dos ganhos e a questão mercadológica, que será a responsável por absorver o aumento da sua produção.

Outra questão é em relação aos juros. Com o aumento da taxa Selic, eles tornaram-se mais caros, e os empréstimos diretos entre pessoas físicas se tornaram mais atrativos nesse momento.

Além disso, é muito importante entender quais as dívidas ou os passivos que sua empresa já possui e como fica a relação do EBITDA/dívida ou até mesmo comparando o lucro líquido com ela, para o gestor analisar o quanto endividado você vai ficar após pegar o empréstimo.

Outro ponto relevante a se pensar é que antes das empresas aprovar o empréstimo a companhia, elas vão analisar a situação financeira, dessa forma, se ela já estiver bastante endividada, é provável que a taxa de juros a ser paga seja mais alta, pois o risco para a companhia que está cedendo o empréstimo é maior. 

Logo, o gestor deve avaliar se faz sentido esperar mais um pouco de tempo, pagar uma maior parte das dívidas e passivos já existentes, para depois solicitar um empréstimo, com taxa de juros menores.

Se a empresa solicitante é uma micro ou pequena empresa, é muito importante que o gestor possa realizar um demonstrativo confiável de seus indicadores financeiros e tenha a evolução deles ao longo do tempo, pois, um dos principais motivos dos bancos ao rejeitar empréstimos para esse tipo de companhia é que geralmente isso é anotado em um caderno, quando é anotado e os indicadores não são consolidados.

E o que analisar em um empréstimo?

Além das questões internas, é necessário também fazer um comparativo dos empréstimos que estão disponíveis no mercado.

Nesse ponto é preciso considerar as taxas de juros oferecidas, o prazo para pagamento, e outras questões referentes ao crédito.

Atualmente existem alguns buscadores de crédito e marketplaces que o gestor da empresa pode visitar e analisar as ofertas que são possíveis de acordo com o que foi solicitado. Além disso, outra possibilidade é fazer uma busca de mercado e solicitar crédito em diversas instituições, sejam mais tradicionais, sejam fintechs (startups) de crédito para entender quais são as melhores opções.

Um ponto muito relevante é que a depender do relacionamento da empresa e do gestor com o banco que ela já possui a sua conta bancária empresarial, é possível conseguir taxas atrativas e maiores descontos, afinal já existe um relacionamento prévio e o banco já possui diversos indicadores financeiros da empresa desde quando a abertura da conta foi realizada.

Agora que já foi possível entender melhor sobre qual o momento ideal para solicitar crédito e como saber se vale a pena, compartilhe esse conteúdo com outros gestores e gestoras que estão buscando entender mais sobre esse tema!

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